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terça-feira, 7 de junho de 2011

E agora, Maquiavel?

Entre a denúncia do espetáculo do crescimento patrimonial de Antonio Palocci e a queda do agora ex-ministro da Casa Civil, foram apenas 23 dias. Mas o suficiente para a república petista ver derreter, diante dos olhos de uma nação que começa a separar o público do privado, mais um de seus ilustres representantes.

Seguindo a sina de um grupo político que tomou gosto mais pelos desvios éticos do que pela decência política, Palocci terá sua foto transferida das principais repartições de Brasília para outra galeria. Lá já estão José Dirceu, Delúbio Soares, João Paulo Cunha, Professor Luizinho e muitos outros.

A queda do ex-ministro foi um enredo bastante conhecido. Quem não imagina o que se passa nos bastidores do poder e do dinheiro, quando de um lado está a verocidade do mercado, e do outro um homem inescrupuloso como o ex-prefeito de Ribeirão Preto?

Mas o episódio também garantiu muita originalidade. Qual escândalo dos que você lembra, caro internauta, que tenha juntado, no mesmo saco, pressão evangélica no debate homofóbico e chantagem na votação de um código florestal? Que tenha, afiado, ainda mais, a faca que o PMDB mantém nos peitos do governo e que deu vida à oposição, que andava meio borocoxô? O escândalo Palocci provocou até declaração de apoio de Hugo Chávez. Quem diria!

Ficam pelo menos, duas lições. Primeira: ainda não inventaram nada melhor do que o famoso “follow the money”. Foi assim que Al Capone caiu na malha da receita americana. Foi assim que Nixon deixou o poder. Foi assim que Collor também caiu. Lembram da história do Fiat Elba? Pois é...

Segunda lição: moral e política são indissociáveis. Vejam que Palocci apresentou sua carta-exoneração poucas horas depois de o próprio Estado brasileiro dizer que não há nada, tecnicamente, contra o petista.

O desfecho do caso mostra que nem tudo que é legal é ético.

Lá se foi quase meio milênio da obra que tentou separar, teoricamente, uma coisa da outra. Para o florentino ilustre, o Príncipe poderia chegar, se manter e tirar proveito do poder da maneira que melhor lhe aprouvesse, dando de ombros para todo o resto. A boa e velha realidade está mostrando que não é bem assim.

Erivaldo Carvalho
Editor-executivo do O POVO Online

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