Não adiantaram os 33 títulos nacionais e a tradição de 110 anos. O dia 26 de junho ficará marcado como o mais trágico da história do River Plate. O time de Buenos Aires desperdiçou uma cobrança de pênalti, não foi além de empate diante do Belgrano por 1 a 1, em pleno Monumental de Nunez, e foi rebaixado pela primeira vez no Campeonato Argentino --no jogo de ida, perdeu por 2 a 0.
Antes mesmo do encerramento, a torcida se revoltou e tentava quebrar até parte das arquibancadas para jogar no gramado. Dentro de campo, o desespero era nítido. O goleiro Carrizo era um dos mais desesperados e não poupava lágrimas. Com isso, apenas Boca Juniors e Independiente estão entre os grandes que jamais deixaram a elite.
Na atual edição do torneio Clausura, o time de Juan José Lopez não foi tão mal ao terminar em 9º lugar. O problema é que o sistema de rebaixamento aplicado na Argentina é diferente do que é convencionalmente usado. Existe um ranking com a média de pontos das equipes nas últimas três temporadas. E o River não foi nada bem neste período.
Diante disso, acabou sendo obrigado a disputar uma repescagem, chamada de ‘Promoción’. A pressão era grande. A torcida se mostrou muito revoltada com os sucessivos tropeços. No jogo de ida, por exemplo, na quarta-feira passada, vários torcedores invadiram o gramado em Córdoba e um deles chegou agredir um jogador do River.
No dia seguinte, centenas de torcedores tentaram entrar nas instalações da equipe, mas foram reprimidos pela polícia. Para evitar prováveis brigas e vandalismo no caso de um resultado adverso, a polícia montou o maior esquema de segurança já visto em um jogo entre equipes no país. Ao todo, 2,5 mil homens estavam presentes.
Aliás, o drama do River colocou a Copa América, que começa na próxima sexta-feira, em segundo plano. Não se falava em outro assunto na Argentina. Além de toda essa pressão por uma vitória por dois gols de diferença, o River Plate entrou em campo desfalcado de algumas peças importantes, como os zagueiros Román e Ferrari, além do volante e capitão Matías Almeyda.
Jogando em casa, não tinha alternativa e precisava atacar. Chegou a levar susto, logo aos 4min, quando o Belgrano teve um gol anulado. No lance seguinte, porém, Pavone fez 1 a 0 para o River. A torcida fazia sua parte e empurrava. Em campo, o time de Juan José Lopez continuou ofensivo, criou outras oportunidades e ainda reclamou de um possível pênalti.
Foi para o intervalo com um resultado que não o ajudava. Para o segundo tempo, o nervosismo aumentava com o passar do tempo. O drama ficou ainda maior aos 17min. Ferrero tentou afastar o perigo, mas chutou em cima do companheiro Maidana. A bola sobrou para Farré empatar.
O River não desistiu e teve a chance de ganhar sobrevida. Aos 24min, Pavone cobrou pênalti, mas o goleiro Olave defendeu e decretou a primeira queda da história do time de Buenos Aires.
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