No depoimento que prestou à Procuradoria da República em 24 de setembro, Marcos Valério declarou que o Banco do Brasil cobrava um “pedágio” de 2% das agências de publicidade que lhe prestavam serviços. O percentual começou a ser exigido em 2003, ano inaugural da gestão Lula. Incidia sobre o valor dos contratos. As cifras coletadas eram repassadas clandestinamente para o PT.
Deve-se a revelação aos repórteres Felipe Recondo, Alana Rizzo e Fausto Macedo. De posse da íntegra do depoimento do operador do mensalão, a tróica traz à luz nesta quarta-feira (12) novos trechos das 13 folhas que compõem o documento. Contam que eram cinco as agências que atendiam ao Banco do Brasil –entre elas, a DNA Propaganda, de Valério. Juntas, amealharam contratos de mais de R$ 400 milhões num intervalo de dois anos.
Quer dizer: confirmando-se o “pedágio” denunciado por Valério, o montante desviado do Banco do Brasil para as arcas subterrâneas do PT superaria os R$ 76,9 milhões mencionados no processo sob julgamento no STF –R$ 2,9 milhões malversados de um contrato com a DNA e R$ 74 milhões apropriados do Fundo Visanet.
Valério disse no depoimento que o “pedágio” publicitário foi criado por dois ex-dirigentes do Banco do Brasil vinculados ao PT: Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing, já condenado pelo STF; e Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do Brasil, subsidiária do BB. Ouvido pelos repórteres, Pizzolato disse que Valério mente. Guimarães não foi localizado.
Essa é mais uma frente de investigação aberta a partir de revelações feitas por Valério. Conforme noticiado na véspera, o ex-parceiro de Delúbio Soares depôs por três horas e meia à Procuradoria. Entre outras coisas, contou: parte do butim do mensalão custeou despesas pessoais de Lula, o ex-presidente deu seu “ok” à celebração dos empréstimos fictícios que nutriram o esquema de compra de congressistas e Paulo Okamotto, hoje diretor do Instituto Lula, ameaçou-o de morte. Tudo devidamente negado pelo PT e pelos personagens citados
fONTE BLOG DO JOSIAS.
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